Política da Hora 42

Eliane Belfort, fundadora do movimento Mulheres Progressistas, inicia uma nova atividade :

Comentarista Política do programa Hora da Notícia de Carlos Avlys, na Rádio Cacique Santos - AM - 1500 kHz.

Serão comentários sobre o cenário político nacional, de aproximadamente 10 minutos, veiculados às segundas-feiras, a partir das 12 horas.

Política da Hora Nº 42
Programa do dia 15/08/2016

Para ouvir o áudio, clique em http://www.mulheresprogressistas.org/hora/PoliticadaHora42.mp3

Maiores informações na página http://www.mulheresprogressistas.org/hora/politicadahora42.htm

Boa semana, ouvintes da Radio Cacique

O título do programa de hoje é: "4 horas a mais de trabalho"

A recente declaração do Ministro da Saúde Ricardo Barros, de que "os homens vão menos ao médico por trabalharem mais que as mulheres" mostra o desconhecimento do ministro sobre os estudos do IBGE.

O desconhecimento do ministro é o mesmo da maioria da população.

Quem, além das feministas e da academia sabem que as mulheres brasileiras trabalham em média 4 horas a mais que os homens ?

É certo de que. como ministro, ele devia ter a obrigação de saber, mas sua declaração só reforça o que já foi fartamente escancarado, este governo interino é machista, a começar pela falta de mulheres no primeiro escalão.

Um governo formado por homens brancos, velhos, politiqueiros, ricos, conservadores e machistas.

E assim como o ministro, a sociedade teima em não reconhecer como trabalho de fato o trabalho duro o cuidado com a casa, com os filhos, o cozinhar, lavar. passar, limpar, fazer as compras, etc.

Isto é visto como uma tarefa de amor, inerente à vida das mulheres, e desvalorizado, não é visto como trabalho.

E o trabalho da mulher fora de casa, em que oas mulheres gastam, como os homens, duras oito horas de trabalho, também são vistas como um trabalho menor.

A sociedade machista ainda considera que a mulher "ajuda" nas despesas da casa com o seu trabalho.

Esta visão é reforçada pelo fato de que as mulheres recebem menos que os homens para as mesmas tarefas desempenhadas pelos homens.

As empresas voltadas para somente para o lucro, ganham com o preconceito, e com a aceitação histórica de que a mulher deve ganhar menos que os homens.

Não importa a ninguém que quase um terço das famílias brasileiras  sejam geridas exclusivamente por mulheres, mulheres pobres, trabalhadoras pobres que ganham pouco, trabalhadoras que começam suas atividades às 4 horas da manhã, para dar conta de suas tarefas domésticas, os cuidados com os filhos e da jornada de trabalho fora de casa.

Mas quem se importa com essas mulheres invisíveis, que deixam seus filhos na rua, ou sob os cuidados de uma vizinha, que cobra muito, e não tem o menor preparo para cuidar dessas crianças ?

Assim, o que hoje vemos é mais e mais crianças aliciadas pelo tráfego, pelas drogas...

Mas quem se importa com creches, lavanderias coletivas e outros equipamentos que poderiam aliviar as tarefas e a própria vida das mulheres ?

Ninguém !

Pois, como o ministro, nossos jurássicos políticos não enxergam o trabalho e a vida miserável da maioria das mulheres brasileiras...

Preferem acreditar, a despeito das estatísticas que provam o contrário, que os homens trabalham mais que as mulheres, e que as mulheres estão nos shoppings ou nos cabeleireiros, gastando o dinheiro do pobre homem que está no trabalho.

Estas histórias do imaginário brasileiro precisam ser desconstruídas, para que o país evolua, e adote políticas públicas que alcancem os que mais necessitam delas:

As mulheres, e suas crianças.

 

Boa semana !

Eu sou Eliane Belfort, fale comigo pelo WhatsApp 013 98100-9555 ou acesse www.mulheresprogressistas.org

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