Política da Hora 41

Eliane Belfort, fundadora do movimento Mulheres Progressistas, inicia uma nova atividade :

Comentarista Política do programa Hora da Notícia de Carlos Avlys, na Rádio Cacique Santos - AM - 1500 kHz.

Serão comentários sobre o cenário político nacional, de aproximadamente 10 minutos, veiculados às segundas-feiras, a partir das 12 horas.

Política da Hora Nº 41
Programa do dia 08/08/2016

Para ouvir o áudio, clique em http://www.mulheresprogressistas.org/hora/PoliticadaHora41.mp3

Maiores informações na página http://www.mulheresprogressistas.org/hora/politicadahora41.htm

Boa semana, ouvintes da Radio Cacique

O título do programa de hoje é: "10 anos da lei Maria da Penha"

Estamos comemorando 10 anos da Lei Maria da Penha, a lei que veio para proteger as mulheres da violência, principalmente a doméstica.

Apesar da lei, avançamos pouco nestes dez anos, porque a lei não se aplica sozinha.

Ainda encontramos muita resistência e preguiça dos operadores da lei, para que a lei "pegue".

Sim, porque no Brasil, ainda temos leis que pegam, e leis que não pegam...

Para que a lei pegue, é preciso que quando uma mulher vitimizada chegue a uma delegacia, ela tenha acolhimento, e todas as faculdades da lei utilizadas a seu favor, principalmente a proteção.

Dizer que não vai adiantar nada denunciar, pedir que você volte para casa e faça as pazes com o marido, ou ainda dizer que não registrará a ocorrência porque tem certeza que se arrependerá, e que vai voltar para retirar a queixa, são algumas das dificuldades que a mulher encontra no primeiro momento.

Também não encontra profissional local e material adequado para realizar os exames que constatam as agressões.

Isto sem falar nas inúmeras vezes que tem de repetir e reviver sua história, durante o calvário que é enfrentar a burocracia e o preconceito com a mulher.

A cultura do patriarcado continua presente na sociedade, e a muher ainda é tida como propriedade, coisificada, e como tal, os homens concordam entre si, e se protegem para preservar o poder masculino sobre as mulheres.

O mapa da violência 2015 mostra que entre 2003 e 2013 o número de mulheres mortas cresceu 21 % !

Na baixada santista, a análise da Associação Mulheres Progressistas mostra o crescimento dos crimes contra a mulher, o número de estupros do primeiro semestre de 2016 em relação ao primeiro semestre de 2015 cresceu 17 %.

No Brasil, uma entre três mulheres sofreu ou sofre algum tipo de violência, violência esta repetida muitas vezes nas delegacias, e muitas vezes até no judiciário.

Conscientizar a sociedade da necessidade da denúncia, e a apoiar as mulheres vítimas da violência é tarefa das entidades de defesa das mulheres, e vamos caminhando, mas a passos lentos.

E aos governadores cabe a vontade política, para fazer cumprir a lei, e aperfeiçoar os mecanismos de proteção e defesa, bem como dotar de recursos econômicos, financeiros e humanos as delegacias da mulher, para que elas possam cumprir a missão para a qual foram criadas.

Não é aceitável que as Delegacias de Defesa da Mulher, por falta de estrutura e verba, só funcionem no horário comercial, e que, dentro da carreira da Polícia Civil são vistas pelos funcionários públicos como um castigo, um demérito, quando são designados a uma DDM, vistas como menores e sem importância.

O Estado precisa assumir a sua responsabilidade pela efetividade não só da aplicação da lei Maria da Penha, mas ter a vontade política para coibir o machismo, que autoriza homens a violentar, aleijar e matar as mulheres.

Boa semana !

Eu sou Eliane Belfort, fale comigo pelo WhatsApp 013 98100-9555 ou acesse www.mulheresprogressistas.org

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