Eliane Belfort, fundadora do movimento Mulheres Progressistas, inicia uma nova atividade :
Comentarista Política do programa Hora da Notícia de Carlos Avlys, na Rádio Cacique Santos - AM - 1500 kHz.
Serão comentários sobre o cenário político nacional, de aproximadamente 10 minutos, veiculados às segundas-feiras, a partir das 12 horas.
Política da Hora Nº 7Para ouvir o áudio, clique em http://www.mulheresprogressistas.org/hora/PoliticadaHora07.mp3
O tema do programa de hoje é : Consciência Negra
Boa tarde, Carlos
Boa tarde, ouvintes
Apesar de muitas pessoas questionarem a necessidade de um dia especial sobre a Consciência Negra, ele é necessário sim, exatamente por esta negação de que não existe racismo no Brasil.
Por anos e anos ouvimos uma mesma ladainha, de que não existe racismo no Brasil, que o Brasil é um país multirracial, que as oportunidades são iguais para todos, etc. etc.
Negar a existência do racismo é o primeiro passo para manter o preconceito, e evitar a criação de políticas públicas que levem à igualdade social.
Se quisermos acreditar que não existe racismo no Brasil, como explicar que os homens pretos e pardos ganhem 58 % MENOS que os trabalhadores brancos, e as mulheres negras e pardas recebem ainda menos ?
Como explicar a ausência de negros e negras em cargos executivos de grandes empresas, nos altos cargos públicos, nos clubes ditos chiques, nos Shopping Centers ?
Onde está a elite negra ? Sim, pois se há uma elite branca, e se não há racismo nem diferenças sociais, eu pergunto, onde está a elite negra ?
Eu mesma respondo: Está em formação ! Através das políticas afirmativas de igualdade social.
Esta semana tivemos a grata notícia de que o número de jovens negros no ensino superior cresceu três vezes nos governos Lula e Dilma.
A lei de cotas nos serviços públicos, que reserva 20% das vagas oferecidas nos concursos públicos federais em muito contribuirá para acelerar a mobilidade da população negra nos próximos 10 anos,
Mais que a mobilidade social e econômica, as políticas públicas dos governos federal e municipal, como as que temos em Guarujá e outros municípios da baixada santista, contribuem para o aumento da auto-estima dos negros, como pode ser constatado pelo último censo do IBGE. Muitos que se declaravam brancos agora se dizem pardos, e muitos dos que se declaravam pardos agora se classificam como negros.
Isto fez com que, pela primeira vez em nossa história, os pretos e pardos aparecessem como MAIORIA da população, 50,70 %.
Esta estima que o negro vai tendo de si mesmo, vai criando condições para a educação da próxima geração, sem o estigma do serviçal, do ser inferior.
Estes jovens negros sairão das universidades prontos para competir em igualdade com seus colegas brancos, e o mais importante, educarão seus filhos para viverem em igualdade, para serem a elite intelectual negra, que com certeza formarão um país multirracial sem preconceitos e exclusões, um Brasil de paz, fraternidade e de muita riqueza material e imaterial.
Por isso as cotas são justas, solidárias, honestas e necessárias.
O país está saldando sua dívida histórica de mais de 130 anos com os negros.
Eliane Belfort
Comentários, sugestões ?
Fale comigo pelo WhatsApp 13 98100-9555