MULHER

Mulher, Política e Sociedade

A sociedade de consumo obrigou a mulher a ingressar no mercado de trabalho; já há algum tempo a remuneração das mulheres compõem a renda familiar, e em muitos casos é a maior parte dela.
 
No início desta migração, às mulheres cabiam os trabalhos que exigiam menos especialização, já que ela não era preparada para o mercado de trabalho. Assim, sua remuneração era menor que a dos homens, e isto era considerado “normal”, e seu trabalho era considerado uma “ajuda” ao marido, que deveria continuar como grande provedor da família.
 
Quem não se lembra da declaração de Paulo Maluf, em 1981, quando era o governador de São Paulo nomeado pelo governo militar: “Professora não é mal paga, é mal casada.”
 
Hoje, não há escolha para a mulher: cuidar dos filhos e do lar, ou ir para o mercado de trabalho.
 
Espera-se que ela assuma os dois.
 
Em curto espaço de tempo, as mulheres se prepararam para não ficarem com as “sobras” do mercado de trabalho. São maioria nas universidades, tem quase quatro anos a mais de estudo que os homens, e apesar das pesquisas mostrarem que são mais qualificadas, ainda lutam em prol da igualdade salarial, e encontram grandes resistências para ocupar postos de comando dentro das empresas.
 
Elas são bem vindas nas empresas, mas espera-se que o seu esforço, comprometimento e maior qualificação, sirvam para servir os homens.
 
As mulheres estão se organizando e não querem mais serem tidas como trabalhadoras de segunda categoria. E já tem o apoio de muitos homens que, pragmaticamente, estão percebendo que defender salários iguais no mercado de trabalho trará aumento da renda familiar, e qualidade de vida para a família.
 
A dificuldade para obter a igualdade entre os gêneros está presente em todas as estruturas conservadoras, que não acompanharam as mudanças da sociedade, e mantém em seu bojo o ranço do patriarcadismo e do machismo, como facilmente observado nas instituições públicas, privadas, nos clubes de serviços, igrejas e associações de classe.
 
Como não poderia deixar de ser, na política esta dificuldade se repete.
 
Para reparar a injustiça social, e trazer equilíbrio e igualdade, as mulheres conseguiram participar da disputa eleitoral, na qual lhes foi designado 30% das vagas nas chapas concorrentes ao pleito.
 
Como todos sabem, esta medida não apresentou o resultado esperado.
 
Os homens argumentam que não existem mulheres interessadas nas disputas, e buscam mulheres (laranjas) para emprestarem seus nomes a fim de cumprir a legislação eleitoral.
Mulheres estas que, como todos sabem, não tem a menor possibilidade real de serem eleitas.
 
As mulheres sabem que existem muitas interessadas em participar dos pleitos, são lideranças em suas comunidades e nos seus espaços de trabalho, mas que, conscientes da importância do processo político, se negam a legitimar um processo espúrio e de cartas marcadas, onde não há apoio de seus partidos às suas candidaturas, e que não terão acesso às verbas do fundo partidário, ou espaço nas propagandas políticas.
 
É contra este jogo de “faz de conta” que as mulheres de todo o Brasil, Guarujá inclusive, se unem para exigir que na reforma política, sejam garantidas cotas não mas apenas nas chapas concorrentes, mas sim nas cadeiras das casas legislativas, pois não é possível que as mulheres continuem a servir de escada para eleger os homens, perpetuando injustiça e desigualdade social.
 
Somos 52 % da população, e reivindicamos representação justa e paritária na política.
 
Eliane Belfort
Presidente da Comissão Provisória do PMDB Mulher de Guarujá
MTB 42507 SP
 
 

Foto: Arquivo pessoal

Link de site com fotos pertinentes:

http://noticias.uol.com.br/ciencia/ultimas-noticias/redacao/2015/05/19/campanha-reune-mulheres-cientistas-com-seus-brinquedos.htm