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Festival Cine Mulher - Tema 6 - Rev. 1
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Tema: Abuso, Violência, Gordofobia |
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Abuso, Violência, Gordofobia
Gordofobia
O estigma social da obesidade refere-se à assunção preconceituosa de características de personalidade baseada no julgamento de uma pessoa por ter excesso de peso ou por ser obesa.
É também conhecido como fat-shaming ou gordofobia.
Ativistas alegam que o preconceito contra gordos
pode ser encontrado em muitas facetas da sociedade,[1] e culpam os média pela
penetração deste fenómeno.[2][3]
Este viés tem criado impactos psicossociais negativos e causado desvantagens
para pessoas com sobrepeso ou obesas.
Estigma de peso é similar e tem sido amplamente definido como viés ou comportamentos discriminatórios direcionados a indivíduos por causa de seu peso.[4][5] Tais estigmas sociais podem estender-se durante a vida de alguém, contanto que o excesso de peso esteja presente, a começar de uma idade jovem e a durar até a vida adulta.[6]
Vários estudos de todo o mundo (ex. Estados Unidos, Universidade de Marburgo, Universidade de Leipzig) indicam que indivíduos com sobrepeso ou obesos experienciam níveis mais altos de estigma em relação a indivíduos mais magros.
Ademais, casam-se menos frequentemente, experienciam menos oportunidades educacionais e de carreira, e em média possuem uma renda menor que a de indivíduos de peso normal.[6]
Embora o apoio público quanto a serviços de
deficiência, direitos civis e leis antidiscriminatórias no ambiente de trabalho
tenham ganhado apoio ao longo dos anos indivíduos com sobrepeso e obesos ainda
experenciam discriminação, o que pode ter implicações na saúde fisiológica e
psicológica. Estas questões são combinadas com os significativos efeitos
fisiológicos negativos associados a obesidade.[7]
De acordo com o artigo “joint international consensus statement for ending
stigma of obesity”, divulgado pela revista Nature Medicine em 2020, pessoas
obesas são comumente associadas à preguiça, gula, falta de “força de vontade” e
autodisciplina.
Essas associações se dão pelo fato de sociedades ocidentais contemporâneas entenderem a saúde como uma questão moral individual[8] e que a “obesidade” é uma escolha pessoal que pode ser revertida por decisões voluntárias de alimentação e exercício físico.
Essa percepção social tem impacto negativo na criação de políticas públicas, no acesso a tratamentos e em pesquisas[9]
Preciosa - Uma história de Esperança
Se você acha que a vida é injusta só porque aquele
namorico da praia não subiu a serra ou porque engordou uns quilinhos durante as
festas de fim de ano, ou seja, se é por frescura, veja Preciosa - Uma História
de Esperança (Precious: Based on the Book "Push" by Sapphire, 2009). Em menos de
10 minutos de filme você vai entender que os seus problemas não são nada perto
do que realmente sofrem algumas pessoas mundo afora.
Tentando revelar o mínimo possível do que é a vida da protagonista Claireece
Preciosa Jones (Gabourey Sidibe), é bom você entrar no cinema sabendo que ela é
obesa, negra, mora no Harlem de Nova York durante os anos 80 e sofre com tudo
isso e por muitos outros motivos que ela nem sabe por quê. E, claro, esses
abusos têm suas consequências, como a falta de auto-estima que a faz se esconder
do mundo e encobrir, por exemplo, o fato de não saber ler ou escrever.
O nome do meio, Preciosa, é a prova maior da ironia. Sua mãe (Mo'Nique), que não
se cansa de tratá-la mal física e verbalmente, vive do auxílio desemprego e a
pensão que deveria ser usada para cuidar da sua primeira neta. E esse "conforto"
(com muitas aspas) agora também está sob risco, o que coloca a protagonista
ainda mais na mira da sua megera matriarca. Tudo porque Preciosa está grávida de
novo e, por motivos que é melhor nem comentar aqui, é convidada a ir para uma
escola especial.
A menina se protege do mundo exterior de cara fechada, sem cruzar olhares com
ninguém, tentando ser o mais invisível possível. Seu único refúgio são pequenos
devaneios, geralmente sonhando com a possibilidade de ter um namorado branco e
endinheirado e viver entre o glamour e o amor que faltam na sua realidade. Quem
começa a mudar isso é sua nova professora, Sra. Blu Rain (Paula Patton), que com
muita paciência vai ensinando Preciosa e suas colegas muito mais do que colocar
as letras em ordem para ler e escrever.
Mas não ache que o longa vai cair no lugar-comum da professora que vai levar
suas alunas a enxergar que estão desperdiçando suas vidas e colocá-las na linha.
O papel da Sra. Rain é o de ensinar a Preciosa a
exteriorizar seus sentimentos, o que vai ajudá-la a exorcizar alguns de seus
demônios. Tudo o que ela antes guardava para si, passa para as páginas do seu
diário.
Tecnicamente, o diretor Lee Daniels opta por uma câmera na mão, que dá lugar a
algo mais clássico apenas nas cenas em que Preciosa está sonhando. Mas tudo isso
passa a ser perfumaria perto das atuações irretocáveis de todos os envolvidos.
Você vai sentir na pele o que Preciosa sofre e ficar com muita raiva de sua mãe.
Se emocionar, sofrer, sorrir e chorar. Muito!
Seja para acompanhar as já premiadas atuações, para tomar uma porrada da dura
realidade de algumas pessoas ou simplesmente para comparar os seus problemas com
o de outras pessoas, vá ver Preciosa - Uma História de Esperança.
Mas leve uma caixinha de lenços de papel e óculos escuros para a saída do cinema.
Essa frescura, tudo bem.