Estamos incrédulas. É com imenso pesar e profunda tristeza que compartilhamos esta notícia trágica. A vereadora Marielle Franco foi assassinada a tiros, na noite desta quarta-feira, no Estácio, região central do Rio de Janeiro.

De acordo com informações divulgadas pelos jornais O Dia e Extra, Marielle voltava de um evento na Lapa quando um carro parou ao lado do veículo de seu motorista e dois homens dispararam, fugindo em seguida. O motorista também foi morto, e ainda não foi identificado (Edit: o nome do motorista era Anderson Pedro Gomes). Ela também estava acompanhada da assessora, que sobreviveu e cuja identidade está protegida.

Nascida e criada na Maré, onde ainda residia, Marielle era vereadora na cidade do Rio de Janeiro pelo PSOL. Sua candidatura teve forte carga simbólica, e suas bandeiras eram o feminismo, a luta antirracismo e a defesa das populações faveladas. Ela foi a quinta mais votada.

O título de seu brilhante artigo no Tem saída? é "A emergência da vida para superar o anestesiamento social frente à retirada de direitos: o momento pós-golpe pelo olhar de uma feminista negra e favelada".

Marielle era socióloga formada pela PUC, onde ingressou com bolsa integral, e fez mestrado em Administração Pública na UFF. Em entrevista para o jornal O Globo, em Outubro de 2016, Marielle contou que uma de suas amigas mais próximas, em 2005, foi vítima fatal de bala perdida durante um tiroteio entre policiais e traficantes na Maré, e que o episódio impulsionou seu engajamento na defesa dos direitos humanos e contra ações violentas nas favelas. Trabalhou em organizações da sociedade civil como a Brasil Foundation e o Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm), e coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj).

Marielle deixa uma filha. Que seu brilho, coragem, inteligência, determinação, garra e simpatia sigam nos inspirando e iluminando.

Marielle Franco, presente!