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Mulheres Progressistas participam de lançamento do Mapa Eleitoral Feminino na Procuradoria Regional Eleitoral do Ministério Público Federal

Mapa da desiguldade – O Mapa Interativo de Resultados – Eleições 2016

Mulheres são sub-representadas na política, 85 anos após a conquista do voto feminino

Mulheres e carreira política

Fotos do Evento

Procuradoria Eleitoral promove evento sobre os 85 anos do voto feminino no Brasil

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Objetivo do evento é avaliar as conquistas ao longo desse período e discutir sobre o estágio atual da igualdade de gênero no Brasil, na área política

O ano de 2017 marca os 85 anos do voto feminino no Brasil. Ele foi estabelecido em 1932 pelo decreto 21.076 – o primeiro Código Eleitoral do país. Em razão da importância dessa data, a Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo (PRE-SP) organizará, no dia 7 de março, às 10h, o painel “1932-2017: 85 anos do voto feminino no Brasil. Aonde chegamos?”.

Certamente, o direito ao voto conquistado em 1932 foi um primeiro passo, fundamental, em favor da igualdade de gênero na política. No entanto, ele foi o começo de um longo caminho, ainda não concluído, rumo a essa almejada igualdade.

O evento tem o objetivo de promover um debate sobre o estágio atual da igualdade de gênero no Brasil, na seara política, e quais são as perspectivas para o futuro.

O painel contará com a participação de Fátima Pacheco Jordão, socióloga, fundadora e conselheira do Instituto Patrícia Galvão, e de Luciana de Oliveira Ramos, professora do Programa de Pós-graduação Lato Sensu – Gvlaw e Pesquisadora do Núcleo de Justiça e Constituição e do Grupo de Pesquisa em Direito e Gênero da Escola de Direito de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV DIREITO SP).

O evento ocorrerá na sede da PRE-SP e contará com a presença de entidades feministas e interessados na igualdade de gênero.

INFORMAÇÕES

Painel "1932-2017: 85 anos do voto feminino no Brasil. Aonde chegamos"

Quando? - Dia 07/03/2017 (Terça-feira), às 10h.

Onde? - Sede da PRE-SP: Av. Brigadeiro Luís Antônio, 2020, Auditório Coriolano Góes Neto (piso térreo) - próximo à estação Brigadeiro do metrô

“É eleitor o cidadão maior de 21 anos, sem distinção de sexo, alistado na forma deste Código”

Artigo 2º do Código Eleitoral de 1932 

Mulheres são sub-representadas na política, 85 anos após a conquista do voto feminino

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Mapeamento da PRE-SP e pesquisas do Instituto Patrícia Galvão e de professora da FGV analisam a sub-representatividade da mulher nas casas legislativas

Mapeamento realizado pela Procuradoria Regional Eleitoral em São Paulo (PRE-SP) revela que a presença da mulher nos cargos executivos e nas câmaras municipais não avançou nas eleições municipais de 2016. Dos 645 municípios paulistas, menos de 10% elegeram prefeitas. Nas câmara municipais, o percentual de vereadoras é de apenas 8%.

Esses dados foram apresentados hoje (7/3), véspera do Dia Internacional da Mulher, em evento promovido pela PRE-SP para marcar os 85 anos de conquista do voto feminino no Brasil.

"Os obstáculos estão dentro dos partidos e não na sociedade", observou a socióloga Fátima Pacheco Jordão, fundadora do Instituto Patricia Galvão, que apresentou estudo sobre o perfil do eleitorado feminino. O instituto e o Ibope apontam que 80% dos eleitores brasileiros concordam que as leis devem garantir o mesmo número de mulheres e homens em cargos políticos.

A socióloga destacou o perfil mais crítico das eleitoras e do peso que estas têm nas eleições, por serem maioria entre os indecisos que definem as eleições. Na sua avaliação, o sistema eleitoral, "que está falido", e a estrutura interna dos partidos é que dificultam a efetiva participação da mulher na política. Mas "o futuro é nosso", assegurou.

Dos 81 senadores, apenas 14 são mulheres. Na Câmara dos Deputados, a proporção é pior: a bancada feminina ocupa 10% das cadeiras. O Brasil ocupa a 154ª posição de participação da mulher na política, uma das últimas posições no ranking de 190 países, liderado por Ruanda, Bolívia, Cuba e Islândia.

A evolução da participação feminina na política no Brasil tem sido lenta, avaliou a professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Luciana de Oliveira Ramos, ao apresentar pesquisa sobre "a (des)igualdade de gênero na política". Pesquisadora do Núcleo de Justiça e Constituição e do Grupo de Pesquisa em Direito e Gênero da Escola de Direito de São Paulo, a pesquisadora afirmou que a sub-representação da mulher mostra uma "falha" na democracia.

Mapa da desiguldade – O Mapa Interativo de Resultados – Eleições 2016, desenvolvido pela Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo e lançado durante o evento, permite ao usuário uma ampla visão sobre os municípios do estado e a proporção de votos femininos. É possível escolher filtros que mostrem as cidades com mais ou menos votos direcionado às mulheres.

Nova Europa, um pequeno município com 9.300 habitantes, foi o única cidade paulista onde as mulheres ocupam mais de 50% das cadeiras na Câmara Municipal: cinco dentre as nove vagas. Com 390 mil habitantes, Diadema não elegeu nenhuma vereadora. De acordo com a PRE-SP, no primeiro momento, não se pôde verificar uma relação entre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) com a presença da mulher na política.

A expectativa do procurador regional eleitoral Luiz Carlos dos Santos Gonçalves é que o mapa seja fonte de consulta e possa contribuir para a formulação de propostas de políticas públicas para o avanço da presença efetiva da mulher na política.